quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Conviver com uma nova imagem - Mastectomia


A mastectomia como consequência da neoplasia da mama, provoca um grande impacto na vida de quem está sujeito a esta cirurgia, tanto a nível emocional, como psicológico, físico, social ou mesmo familiar.

A fisioterapia tem nesta área grande importância ao nível da prevenção ou minimização das complicações, assim como, a nível do aconselhamento dos cuidados necessários para aumentar o bem-estar da utente. O contacto entre o fisioterapeuta e o utente deve ocorrer no sentido de promover uma relação terapêutica baseada na confiança, de forma a tornar a intevenção mais eficaz.

A neoplasia da mama é um processo oncológico em que as células sãs da glândula mamária sofrem alterações, transformando-se em células tumorais que proliferam multiplicando-se descontroladamente até constituírem o tumor.

Este tipo de cancro é o mais comum no sexo feminino, afectando também o sexo masculino, no entanto com menor incidência. Afecta mulheres jovens, com curva ascendente a partir dos 25 anos de idade, sendo mais incidente entre os 45 e 50 anos.

O objectivo da intervenção cirúrgica é controlar local e regionalmente o crescimento e proliferação de metástases.

O medo da mastectomia não está só dependente dos valores culturais da sociedade da qual a mulher faz parte, mas também do simbolismo que a cirurgia terá para si própria.

O diagnóstico da neoplasia, é realizado cada vez mais precocemente e de forma mais eficaz, contribuindo para o prolongamento da vida dos utentes. Em contrapartida, grande número destes utentes irão viver permanentemente com limitações funcionais e emocionais, que diminuiem a sua qualidade de vida, que com a devida assistência da equipa de reabilitação, pode ser melhorada.

Numa utente submetida a mastectomia, a qualidade de vida pode estar diminuída, devido: à limitação funcional do membro superior afectado; aos problemas psicológicos que privam a utente de exercer a sua actividade profissional; às dificuldades económicas; às dificuldades familiares e conjugais; e à falta de conforto durante a utilização da prótese da mama, que faz com que a mulher não se sinta atraente. Todos estes factores geram sentimentos de diminuição de auto-confiança e auto-estima.

A funcionalidade do membro superior é afectada, sendo a fisioterapia importante para prevenir ou reabilitar as complicações mais comuns que decorrem da mastectomia como: linfedema, dor, adesões cicatriciais, fraqueza do membro superior envolvido, restrições da mobilidade do ombro e atrofias musculares, alterações posturais, e alterações psicológicas.
 Todas estas consequências da mastectomia estão interligadas e devem ser consideradas no plano de intervenção do fisioterapeuta.

As relações terapêuticas desenvolvem-se e evoluem durante o período de intervenção, devendo estar direccionada para os principais problemas da utente de forma a responder aos objectivos traçados em consonância entre o fisioterapeuta e a utente. Esta relação desempenha um papel fundamental, uma vez que, a intervenção do fisioterapeuta requer uma invasão constante do espaço pessoal da utente, existindo a necessidade de tocá-la onde a utente está relutante ao toque. Deste modo, este aspecto serve para as utentes verbalizarem os seus medos, colocarem questões e expressarem as suas ansiedades.

Para que as mulheres submetidas a mastectomia assegurem o mais rapidamente possível, o retorno à função do membro superior afectado, estas deverão realizar fisioterapia, o mais precocemente possível. A reabilitação em utentes com mastectomia inicia-se no período em que é estabelecido o diagnóstico. Quanto mais cedo for iniciada a reabilitação, melhores resultados se obterão.

in: várias fontes; http://www.apamcm.org/

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